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P A T R O N O
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JOSÉ PESSOA CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE

Patrono da Cadeira 12

ESBOÇO BIOGRÁFICO

Nascido na Vila de Cabaceiras, em 12 de setembro de 1885, foi o sexto filho do casal Cândido Clementino Cavalcanti de Albuquerque (coronel) e de Maria Pessoa Cavalcanti de Albuquerque. Era sobrinho de Epitácio Pessoa (Presidente do Brasil) e irmão Aristarcho Pessoa (Coronel Inf. EB), de João Pessoa (Governador da Paraíba) e de Cândido Pessoa (Deputado Federal).

Falar do Marechal José Pessoa é fazer um passeio pelos eventos históricos que marcaram o Brasil de 1903 a 1954. Ele assentou praça em 1903, no 2º Batalhão de Infantaria em Recife, seguindo depois para a Escola Preparatória e de Tática em Realengo (Rio de Janeiro). Em 1909 foi para a Escola de Guerra em Porto Alegre, onde foi declarado aspirante-a-oficial. De 1910 a 1914 foi comandante da Brigada Policial do Distrito Federal do Brasil, atual Polícia Militar do Estado do Rio

 

de Janeiro, retornando a essa função de 1919 a 1924, período em que dá início às reformas que redundaram na criação da Escola Profissional, hoje Academia de Polícia Militar Dom João VI.

Em 1917, serviu na Divisão de Operações enviada ao Mato Grosso, como ajudante-de-ordem e assistente do comando, cuja missão da Divisão era pacificar o estado. Em 1918, foi enviado à França como um dos membros da Missão Militar preparatória de que o Exército Brasileiro fez parte na Frente ocidental. Ainda naquele ano foi comandante de pelotão, no 4º regimento de Dragões da 2ª divisão de cavalaria do exército francês.

Em sua passagem pelo “Front”, recebeu condecorações francesas e belgas pela bravura à frente de seus comandados, tendo sido promovido ao posto de capitão e comandante de esquadrão. Ao final do conflito, vítima de febre tifoide, foi internado num hospital de campanha, onde conheceu a enfermeira inglesa da Cruz Vermelha, Blanche Mary Edward, com a qual veio a casar e de cujo matrimônio nasceram duas filhas, Joy e Elizabeth e um filho que levou o nome do pai, José Pessoa.

Em 1920 foi nomeado em comissão especial para acompanhar os reis da Bélgica, Alberto e Elisabeth e, por sua experiência com carros de combate na Guerra Mundial, participou da organização da primeira unidade de tanques do Exército Brasileiro, permanecendo no comando deste esquadrão até 1923, quando, então, foi promovido a major.

Por pertencer a uma importante família de políticos, José Pessoa era contrário ao envolvimento dos militares com a política e foi durante esta época que sua companhia de tanques foi a responsável por deter a marcha dos oficiais rebeldes em direção ao palácio do governo no episódio do Levante do Forte de Copacabana, em 1922.

De outubro a novembro de 1930 comandou o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), sendo sucedido pelo seu irmão, o coronel Aristarcho Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, momento em que foi nomeado diretor da Escola Militar do Realengo, o então órgão responsável pela formação dos oficiais de carreira do exército brasileiro. Exerceu esse cargo de 19 de novembro desse ano até 7 de agosto de 1934.

Nesse período, foi o idealizador, patrono e fundador do órgão que viria a substituir a Escola situada no Realengo, a Academia Militar das Agulhas Negras, fundada em 1944, bem como dos novos símbolos do Exército: uniformes históricos, brasão, espadim e da criação do culto à figura de Caxias.

Em 1934, no posto de general-de-brigada, enfrentou um movimento denominado “boicote dos cadetes”, do estabelecimento que comandava. Inconformado com a solução dada ao caso, pediu afastamento do comando da escola, sendo nomeado em seguida inspetor e comandante do Distrito de Artilharia de Costa, da 1ª Região Militar no Distrito Federal. Também foi o fundador do Centro de Instrução de Artilharia de Costa.

Em 1943, no posto de general-de-divisão foi designado embaixador extraordinário à posse do presidente do Paraguai. Em maio de 1944 foi eleito presidente do Clube Militar, assumindo o cargo em junho e permanecendo até junho de 1946.

Com o fim do Estado Novo, foi nomeado adido militar em Londres, de 1946 a 1947 e, entre 23 de julho de 1948 e 16 de setembro de 1949, comandou a Zona Militar Sul, em Porto Alegre. Em 1949 foi promovido ao posto de general-de-exército para efeito de reserva, mas continuou na ativa participando ativamente da mobilização da opinião pública em favor de uma solução nacionalista para a questão do petróleo brasileiro, que havia iniciado no ano anterior, quando fundou o Centro de Estudos e Defesa do Petróleo e da Economia Nacional (CEDPEN), juntamente com Arthur Bernardes e os generais Estêvão Leitão de Carvalho e Júlio Caetano Horta Barbosa.

Em 1954, José Pessoa é chamado pelo dever, aceitando o convite do Presidente Café Filho para substituir o general Agnaldo Caiado de Castro, ex-chefe da Casa Militar do presidente Getúlio, presidindo a Comissão de Localização da Nova Capital Federal, “Vera Cruz”, por ele sugerida; tema do qual era um permanente estudioso.

Já sob o governo do presidente João Café Filho, em outubro de 1954 foi nomeado presidente da Comissão de Localização da Nova Capital Federal o Marechal José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, tendo como base a Lei 1803, de 5 de janeiro de 1953, assinada pelo presidente Getúlio Vargas, que autorizava o Poder Executivo a realizar estudos definitivos sobre a localização da nova Capital da República, que estabelece no Art. 2º ... realizar, dentre outras tarefas, estudos definitivos sobre as condições do abastecimento de água e de energia elétrica, o reconhecimento do plano rodoferroviário que ligaria a futura Capital Federal a todos os estados, o estudo das vias de transporte necessárias à efetivação da mudança da Capital, o plano de desapropriação da área do Distrito Federal, o plano regional e o plano urbanístico da nova Capital.

Além disso, O Marechal José Pessoa é autor dos livros "Os Tanks na Guerra Europeia". Rio de Janeiro; Albuquerque & Neves, 1921; "Diário de minha vida". Autobiografia, Rio, 1949 e, Nova Metrópole do Brasil. Imprensa do Exército. Rio de Janeiro. 1958.

O Marechal José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, morre em 16 de agosto de 1959, aos quase 74 anos de idade no estado do Rio de Janeiro, ainda capital federal do Brasil.

Por fim, na tarde do dia 26 de maio de 2021, em solenidade alusiva ao centenário do emprego de blindados no Exército Brasileiro, o General de Divisão Hertz Pires do Nascimento, comandante da 3ª Divisão de Exército (3ª DE), em Santa Maia – RS, homenageia Marechal José Pessoa, destacando seu pioneirismo e contribuição por inserir na Força Terrestre Brasileira o emprego do blindado;  naquela ocasião, o carro de combate “Renault FT-17”, primeiro blindado adotado pelo Exército Brasileiro, em maio de 1921.

E hoje, Marechal José Pessoa é trazido à luz mais uma vez, agora como Patrono da Cadeira nº 12 da Academia de Letras dos Militares Estaduais da Paraíba – ALMEP, que tem assento o Acadêmico Fundador, educador; escritor; pesquisador e fundador do Centro de Educação da Polícia Militar da Paraíba, Ardnildo Morais dos Santos, coronel reformado da Polícia Militar da Paraíba.

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