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P A T R O N O
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JOÃO EMÍDIO DE LUCENA

Patrono da Cadeira 10

Por Naldo Guedes

ESBOÇO BIOGRÁFICO

Filho do Sr. Josias e Maria Eulália, nasceu no distrito de Campo Grande do município de Itabaiana, no Estado da Paraíba, em um sábado, dia seis de abril de 1912. João Emídio era primo segundo do famoso músico Sivuca.

Estudando e trabalhando para ajudar o pai, ele, em 1926, termina o primário. Uma característica do jovem João Emídio e que o marcaria toda a sua vida era que ele procurava fazer sempre o que gostava. Em 1928, aos dezesseis anos, ele, mesmo a contragosto do pai, entra para a banda de música local, denominada de Filarmônica Honório Maciel.

Em 1933, João Emídio diz ao pai que pretende ir morar na Parahyba do Norte, capital do Estado da Paraíba. No dia 20 de janeiro de 1934, João Emídio se apresenta como soldado voluntário no 22º Batalhão de Caçadores, no bairro de Cruz das Armas. Depois dos treinamentos militares, passou a tocar na banda de música do batalhão e agora era soldado músico de terceira classe.

Em 1935 ele conhece Neusa Holanda, com quem fica noivo e que viria a casar em 1936, logo após ele retornar da famosa Revolução Comunista. Com Neusa ele teve nove filhos.

Em 1945 foi transferido para o 23º Batalhão de Caçadores, no Ceará, e retorna ao 15º Regimento de Infantaria no ano 1947. No final desse mesmo ano, já como 2º Sargento, ele passa a desenvolver atividades sociais; atividades essas que marcariam toda a sua vida.

Foi fundador da Orquestra Sinfônica da Paraíba. Em 1957 foi transferido para a reserva do Exército como Segundo-Tenente e passou a se dedicar de corpo e alma a atividades culturais.

Em 1964 o então prefeito de João Pessoa, Domingos Mendonça Neto fez um convite ao tenente Lucena, pois queria formar uma banda de música. Abraçando a ideia, Lucena reuniu pessoas e formou a Banda 5 de Agosto e foi o seu primeiro regente. De 1965 a 1979 foi o Presidente do Conselho Regional dos Músicos do Brasil, aqui no Estado da Paraíba.

Foi, no entanto, o folclore a sua maior paixão; tanto que o escritor Câmara Cascudo o classificou de “o General das Tradições Nordestinas”.

Em 1969 ele criou com os alunos do SESC-PB um Grupo de Pesquisa e Demonstrações Folclóricas, que hoje leva o nome do seu fundador: “Grupo Folclórico Tenente Lucena”. Em 1978 funda o “Grupo de Pesquisas Folclóricas Terra Seca”, que se apresentou em várias cidades no Brasil e no exterior. Com o pseudônimo de “SABUGI”, Lucena escreveu vários contos. Foi também ator nos filmes paraibanos “O salário da morte”, “Bagaceira”, “Fogo Morto” e “A Canga”. Depois de uma vida dedicada à cultura popular e ao folclore, o Tenente Lucena, no dia 10 de julho de 1985, morreu no Hospital Universitário, com problemas de insuficiência cardíaca.

O dramaturgo José Bezerra Filho assim se referiu ao tenente Lucena:

“Não acredito em vida após a morte, mas tenho a impressão de que tanta bondade, tanta fortaleza juntas não devem ter se acabado assim, sem mais nem menos. Pra mim, Tenente Lucena está por lá nos outros mundos, dançando o Camaleão com os anjos, ensinando aos povos daquelas paragens as cantigas de roda que cantava com as crianças, ele também criança no espírito, quando estava do lado de cá”.

Hoje, o Acadêmico Fundador, Escritor; Editor. Pesquisador e Folclorista, Ivonaldo Ferreira Guedes, Coronel da Reserva Remunerada do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba, tem a honra de alçar o nome deste ilustre militar, o imortalizando como Patrono da Cadeira nº 10 da Academia de Letras dos Militares Estaduais da Paraíba - ALMEP.

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