P A T R O N O
ANDRÉ VIDAL DE NEGREIROS
Patrono da Cadeira 08
ESBOÇO BIOGRÁFICO
Filho primogênito do casal de portugueses, Francisco Vidal, natural de Lisboa e de sua mulher Catarina Ferreira, de Porto Santo, Madeira; nasceu em 1606, 21 anos após a fundação da Cidade de Filipéia de Nossa Senhora das Neves, que marcou a conquista portuguesa com a instalação da Capitania Real da Paraíba, representante de uma expansão da economia açucareira desenvolvida a partir da Capitania de Pernambuco.
Vidal de Negreiros viveu numa época marcada pela incerteza de constantes batalhas entre índios, colonos e corsários europeus, cujas incursões por terra favorecia condições para que homens de origens modestas aspirassem uma ascensão social, em função de notórios feitos de combate que viessem a realizar.
No Século XVII os conflitos por terra, pela plantação de açúcar nas várzeas nordestinas eram constantes e Vidal de Negreiros ficou marcado na história brasileira como um dos líderes da luta pela restauração das capitanias do Brasil que ficaram sob o domínio holandês, entre os anos de 1624 e 1654.
No contexto das invasões holandesas do Brasil (1624-1654), André Vidal de Negreiros lutou contra os holandeses em Salvador na Bahia (1624) e na Paraíba (1636).
Em 1637 passa a morar em Portugal e Espanha por ordem do Rei. Após oito anos, volta ao Brasil para lutar contra o governo do príncipe holandês, Maurício de Nassau, instalado em Pernambuco e capitanias vizinhas, participando de todas as fases da Insurreição Pernambucana (1645-1654), quando mobilizou tropas e meios no sertão nordestino. Em meio a isso, foi nomeado Mestre-de-Campo, notabilizando-se no comando de um dos Terços do Exército Patriota, nas duas batalhas dos Guararapes, em 1648 e 1649, juntamente com João Fernandes Vieira, Henrique Dias e Filipe Camarão. Comandou o sítio à Recife, resultando na capitulação holandesa no ano de 1654.
Em 1655, pelo reconhecimento de seus serviços, foi encarregado de levar ao rei D. João IV (1640-1656) a notícia da expulsão dos holandeses, sendo condecorado pelo soberano e sucessivamente nomeado Governador e Capitão-Geral da Capitania do Maranhão e do Grão-Pará (1655-1656). Posteriormente, governador da capitania de Pernambuco (1657-1661), de Angola (1661-1666) e, novamente, de Pernambuco (1667); porém, ficou à frente deste último cargo por poucos meses.
Nunca se casou; todavia, devido ao relacionamento com a Srta. Cristina dos Santos, nasceu um casal de filhos, Matias e Catarina Vidal de Negreiros, que receberam por testamento, heranças materiais; enquanto o sobrinho, filho de sua irmã e militar de carreira, recebeu as insígnias da nobreza.
Dentre seus filhos, destaca-se o Sargento-Mor Matias Vidal de Negreiros, que, à revelia do pai e pela graça do rei, foi legitimado, tornando-se nobre, além de lhe ter sido confiada a administração da considerável fortuna paterna, tornando-se um homem muito poderoso.
Seus últimos anos foram dedicados a obras filantrópicas e a administração de sua propriedade, o engenho Itambé, em Pernambuco, onde faleceu aos 74 anos de idade em 1680.
Hoje sua memória é resgatada com honra, tornando-se Patrono da Cadeira nº 08 da Academia de Letras dos Militares Estaduais da Paraíba - ALMEP, que tem assento o Acadêmico Fundador, Doutor em Direito, educador e pesquisador, Arnaldo Sobrinho Morais Neto, Tenente Coronel da Polícia Militar da Paraíba.