Academia de Letras dos
Militares Estaduais da Paraíba
P A T R O N O
MÁRIO BARBEDO
Patrono da Cadeira 04
ESBOÇO BIOGRÁFICO
Militar, carioca, nascido em 2 de maio de 1886, sendo filho do Sr. General de Exército Luiz Barbedo e da Sra. Mathilde Coutinho Barbedo; aos 16 anos de idade ingressa na Arma de Cavalaria do Exército Brasileiro no posto de alferes, onde fez carreira até seu falecimento no posto de Major.
Em 1912, por ato do Presidente da República Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca, que atendeu pedido do governador da Paraíba, Dr. João Pereira de Castro Pinto (cuja gestão foi marcada pela valorização das letras e das artes), o tenente Mario Barbedo foi deslocado à Paraíba para comandar o então Batalhão Policial do Estado, substituindo o tenente coronel PM Álvaro
Evaristo Monteiro. Para isto, naquele mesmo ano, foi comissionado ao posto de Coronel PM e comandante da Força Policial do Estado da Parahyba, como consta em publicações do Jornal A União de 29 e 31 de outubro daquele ano.
Oficial aviador do Exército brasileiro, Mário Barbedo foi um dos mais profícuos comandantes da história da Polícia Militar da Paraíba. Nessa senda, amante da educação, uma das suas maiores prioridades foi reduzir o analfabetismo na Corporação. Para esse fim criou a Escola Regimental, que funcionava no interior do Quartel, ocasião em que todo policial analfabeto era obrigado a frequentar a referida instituição pedagógica, com o objetivo de galgar o letramento e, como consequência, oferecer uma melhor qualidade dos serviços prestados à sociedade.
Outro fator preponderante no sucesso da atuação de Mário Barbedo no comando da Briosa Polícia Militar da Paraíba, se deu em razão da proatividade e determinação ao renovar toda a legislação interna da corporação. Nesse sentido, implantou uma nova estrutura organizacional com a descentralização das atividades operacionais e fixação de novo efetivo para o ano de 2013, inclusive, com a criação da Seção de Bombeiros paraibana, por meio da publicação da Lei Estadual nº 581 de 28 de outubro de 2012, outorgada pelo Governador Castro Pinto, ao tempo em que, também criou processos meritocráticos de inclusão e promoção de Oficiais e Praças.
Inegável a imperiosa evolução da Briosa Polícia Militar sob a gestão do Mário Barbedo. Não bastasse os feitos anteriores, preocupou-se em condensar todas as novas normas em uma única Lei, contemplando, entre outras, disposições referentes ao estatuto, promoção, disciplina, vencimentos, fardamento, escrituração dos atos administrativos, e normas sobre serviços internos e execução do policiamento.
Em 1913, viaja à capital Federal e contrai casamento com Corina Ferreira Vianna Barbedo, com a qual gerou Mário Barbedo Filho, nascido dois anos após seu casamento. Em 02 de outubro de 1914, insatisfeito com o rumo político da época, Mário Barbedo pede exoneração do cargo, retorna ao Rio de Janeiro e se dedica às atividades no Exército Brasileiro. Lá, mais uma vez se notabiliza e entra para história com o codinome de “Mártir Altruísta” pelos brilhantes serviços prestados e a notável busca pelo bem coletivo e institucional.
Infelizmente, em um dos voos de treinamento, no dia 12 de maio de 1919, o tenente Mário Barbedo sofreu gravíssimo acidente que o deixou paralítico acamado por nove anos, até o seu falecimento em 1928. Tal fato foi bastante noticiado à época. Nos primeiros meses de enfermo, o Deputado Federal Octávio Rocha apresentou no Congresso um projeto para promovê-lo ao posto de Capitão, independentemente de vaga. Barbedo respondeu ao Deputado, em carta aberta demonstrando seu alto valor moral, assim diz o texto:
Sua preocupação proporcionou um novo olhar sobre esses profissionais que, em caso de acidente ou morte, às famílias fossem viabilizadas com maiores garantias de sobrevivência. Um verdadeiro legado deixado pelo Mártir Altruísta que o coloca na indubitável condição de um exemplo de educador, Militar e de cidadão brasileiro.
Com efeito, mediante sua brilhante atuação foi erguido à condição de Patrono da Cadeira 04, da Academia Militar de Letras do Estado da Paraíba – ALMEP, que tem assento o Acadêmico Fundador o Mestre e Doutorando em Educação, pesquisador e educador, Dorgival Renê Tolentino Leite, 1º Sargento da Polícia Militar do Estado da Paraíba.