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P A T R O N O
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JOSÉ PLÁCIDO DE CASTRO

Patrono da Cadeira 06

ESBOÇO BIOGRÁFICO

Nascido num berço de bravos heróis brasileiros, Plácido de Castro é um vulto histórico que, com determinação, comandou episódios que culminaram com a anexação do Acre ao Brasil em 1903. De família cristã, nasceu à 9 de setembro de 1873, em São Gabriel, cidade do interior gaúcho.

Era o primogênito do segundo matrimônio do capitão da Guarda Nacional, Prudente da Fonseca Castro, veterano das campanhas do Uruguai e Paraguai, com Dona Zeferina de Oliveira Castro.

Seu nome de batismo era homônimo ao de seu avô paterno que foi um major paulista que, depois de atuar na linha de combate da Campanha Cisplatina, trocou o chão paulista pelo sul-rio-grandense, o Major José Plácido de Castro, o qual foi covardemente assassinado em 1830.

Além do pai e avô, o seu bisavô Joaquim José Domingues, foi companheiro de Borges do Canto na conquista das Missões em 1801, quando este território foi incorporado ao território português, formando 40% do atual território do Rio Grande do Sul.

Aos 9 anos de idade, por indicação do Sr. Victor Barreto, por mais de um mês, tomou conta da relojoaria do Sr. Ismael Mayer, em São Gabriel, quando este se ausentou da cidade a negócios. Órfão aos onze anos de idade, dedicou-se a aprender o ofício de relojoeiro na cidade de Bagé-RS e depois foi trabalhar na casa comercial do Sr. Victor Barreto.

Em 1889, ao ser proclamada a República, assentou praça no 1º Regimento de Artilharia de Campanha. Em 1893 na condição de aluno da Escola Militar de Porto Alegre e figurando-se entre os primeiros da sua classe, sobreveio a eclosão da Revolução Federalista. Uma guerra civil originada do conflito da crise política gerada pelos federalistas, grupo opositor que pretendia libertar o Rio Grande do Sul da governança de Júlio de Castilhos, então presidente do estado que desencadeou atos de indisciplina de parte dos alunos, oficiais e soldados. E, por não estar de acordo, Plácido, junto com outros colegas, foi recolhido preso ao 13º Batalhão, donde seguiu para o Corpo de Transporte, incorporando-se à “Coluna do Marechal Isidoro Fernandes”, sendo-lhe privado o uso de arma de fogo até a véspera do combate do Rio Negro.

Sobre esse episódio, Genesco de Castro, no livro “O Estado Independente do Acre e José Plácido de Castro: Excertos Históricos” lembra que:

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Na revolução, Plácido lutou ao lado dos Maragatos (sulistas que iniciaram a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul), chegando ao posto de major. Com a derrota para os pica-paus, que defendiam o governo Floriano Peixoto, o jovem decidiu abandonar a carreira militar e não aceitou a anistia.

Como oficial, participou do cerco de Bagé e de muitos outros combates até o Rio Grande do Sul ser pacificado. Foi quando em 1897 deu baixa na carreira militar e foi para o Rio de Janeiro. Lá, enquanto cursava Agronomia, foi trabalhar como inspetor de alunos no Colégio Militar do Rio de Janeiro.

Em 1899, seduzido pela remuneração paga aos desbravadores da Região Norte, muda-se para o Amazonas, onde foi demarcar terras em associação com engenheiros e, por último, por conta própria. No Amazonas contraiu malária, passando a enfrentar uma luta constante contra essa enfermidade.

Ainda na Amazônia, durante uma demarcação, tomou água envenenada pela folhagem do açacu, ficando em gravíssimo estado de saúde. Numa das suas peregrinações profissionais, a lancha que o conduzia naufragou no Baixo-Purus; se Plácido não tivesse cortado os cabos que os ligavam as embarcações, todos teriam sucumbido. Do naufrágio, foi resgatado Padre Manoel Laurindo, o qual passou a comandar a expedição.

Em 1902, deixado o Amazonas e chegado ao Acre, enquanto trabalhava no Alto-Acre, demarcando o “Seringal Victória”, de José Galdino de Assis Marinho, Plácido de Castro ficou sabendo do acordo pelos jornais, e viu nisto uma ameaça à integridade do Brasil. Enquanto arregimentava combatentes, o governo do Brasil reconheceu os direitos bolivianos sobre o Acre. Iniciou-se, então, um movimento armado contra a Bolívia, pela posse da região.

O governo boliviano enviou um contingente de 400 homens, comandados por Rosendo Rojas. Plácido, com 60 seringueiros, enfrentou a tropa, mas foi fortificado no seringal Empreza (hoje atual Rio Branco), desta vez saindo vencedor. Depois, venceu guarnições bolivianas em Empreza e Puerto Alonso (atual Porto Acre), onde se renderam o general Ibañez e seus soldados. O presidente da Bolívia, general José Manuel Pando, decide então acabar com a revolta e, no comando das tropas, vai ao ataque de Plácido, sem sucesso.

Plácido, que na época tinha 27 anos de idade, liderou uma forte revolução com mais de 30 mil homens, vencendo as tropas bolivianas, com quase 100 mil soldados oficiais, e proclamando, pela terceira e última vez, o Estado Independente do Acre, tornando-se presidente do novo país. Em 1903, através do Tratado de Petrópolis, o Acre foi anexado ao Brasil e o Estado Independente foi dissolvido.

Sobre a morte de José Plácido de Castro, embora haja refutações, historiadores citam que o herói rio-grandense foi covardemente trucidado, aos 35 anos de idade, ficando esse crime para sempre impune. Próximo à propriedade do seu assassino, erguido pelos fiéis amigos de Plácido de Castro, há um pedaço de mármore assinalando o local da emboscada. Seus ossos, porém, foram sepultados logo à entrada do Cemitério da Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre. Na fronte do pedestal, a família fez questão de deixar gravados, um a um, nome e sobrenome dos seus carrascos.

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Em 1973, quando do centenário de nascimento, foi inaugurado um busto em sua homenagem na Praça Nações Unidas, em Porto Alegre.

Em 1976, foi criado um município a cem quilômetros de Rio Branco que recebeu o nome de Plácido de Castro, em sua homenagem. Este município, por lei, foi considerado "cidade-irmã" de São Gabriel, cidade natal do heroico revolucionário.

Conforme a Portaria Ministerial nº 1.270, do Ministério do Exército, de 04 dezembro de 1987, o Comando de Fronteira Acre/4º Batalhão de Infantaria de Selva, com sede em Rio Branco recebeu a denominação histórica Batalhão Plácido de Castro, além de receber também o estandarte histórico.

Em 03 de outubro de 1989, com o advento da Constituição Estadual do Acre, Plácido de Castro torna-se Patrono da Polícia Militar daquele Estado, como se vê no parágrafo único, do Art. 48, das Disposições Gerais.

Em 17 de novembro de 2004, Plácido de Castro — o Libertador do Acre — foi entronizado no Panteão da Pátria e da Liberdade e o seu nome foi inscrito no Livro dos Heróis da Pátria. O Panteão da Pátria, construído entre 1985 e 1986, idealizado como um espaço para homenagear os heróis nacionais, está localizado no subsolo da Praça dos Três Poderes em Brasília.

Hoje, a Academia de Letras dos Militares Estaduais da Paraíba – ALMEP, tem a honra de ter como Patrono da Cadeira 06 o Coronel José Plácido de Castro, que tem assento o Acadêmico Fundador, Educador, Gestor de Políticas Públicas, e Artista Plástico, Sidiclei Silva de Araújo, 2º Sargento da Polícia Militar do Acre.

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