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João Pessoa: o homem que segue vivo na vontade de um Brasil mais justo


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Há nomes que não repousam no mármore das lápides nem se dissolvem na poeira dos calendários e, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque é um desses. Não porque tenha tombado numa esquina histórica do Recife — mas porque jamais saiu de cena. Permanece em cada gesto de justiça, em cada resistência ao abuso, em cada Paraíba que ousa ser mais Brasil.


Hoje, celebramos sua memória não como quem presta contas à dor do dia 26 de julho, mas como quem rega uma árvore viva. Porque João Pessoa, mesmo ausente, continua presente, e talvez mais do que nunca.


Filho de Umbuzeiro, nasceu em 1878, num Brasil que ainda aprendia a caminhar com os próprios pés, recém-saído da Monarquia. Criado entre valores de honra e estudo, João Pessoa percorreu o caminho do Direito, da palavra justa, da fala que corrige, mas também da escuta. Graduou-se pela Faculdade do Recife, e dali saiu um homem inteiro — com ideias organizadas e um país confuso para enfrentar.

Foi promotor, professor, advogado. E, sobretudo, foi alguém que não se conformava com os silêncios impostos.


Usou o jornalismo como espada de papel e a cátedra como atalho para o futuro. Preparava o país para si, mesmo sem saber.


Na política, foi mais verbo do que cargo. Décimo Quinto presidente da Paraíba, foi eleito em 22 de outubro de 1928. Confrontou o que precisava ser confrontado. Governou com a obstinação dos que não admitem pactos com a injustiça. Mexeu onde poucos ousaram mexer, no feudo dos poderosos, nas estruturas viciadas, nos donos do tempo e da terra.


E pagou por isso. Pagou com a vida, é verdade. Mas não com o esquecimento.

É aí que mora o espanto: João Pessoa, assassinado em 26 de julho de 1930, ainda fala. Fala na capital que agora carrega seu nome. Fala nas páginas da história. Fala, sobretudo, nas vozes que se erguem quando tudo parece desabar, como se sua lembrança fosse um sussurro que diz: "não desista".


A morte que o interrompeu não o anulou. Pelo contrário. Deu-lhe peso. Deu-lhe alcance. Sua ausência virou símbolo. E o símbolo virou movimento. João Pessoa virou Revolução. E a Revolução virou o início de outra era.


Neste mês de julho, a Academia de Letras dos Militares Estaduais da Paraíba não chora sua morte. Celebra sua permanência. Porque João Pessoa é uma dessas pessoas que o tempo, respeitoso, jamais apaga. E nossa literatura, nossa história, nossa vida pública continuam, cada qual a seu modo, habitadas por esse homem que preferiu a coerência à conveniência.


Entre livros e fardas, entre discursos e silêncios, guardamos João Pessoa como se guarda o que é raro: com cuidado. Com firmeza. E com palavra. Afinal, como já disse certa professora de letras que muito preza a clareza, “ninguém vive para sempre — a menos que tenha sabido ser verbo”.


E João Pessoa, ah… ele soube.

E segue sendo.

E como completa o Prof. Dr. Jean Jardim: — " João Pessoa, ah! Ele foi e segue sendo, por que a memória só cumpre seu papel quando nos impele a continuar o que outros começaram.”


ALMEP

 
 
 

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